Bênção de uma Igreja

Convém que os edifícios sagrados ou igrejas, destinados de modo estável à celebração dos mistérios divinos, sejam dedicados a Deus, segundo o Rito da Dedicação de uma Igreja, que sobrassai pela força dos ritos e símbolos. Porém, os oratórios privados, capelas ou edifícios sagrados que, por circunstâncias particulares, são apenas por algum tempo destinados ao culto divino, convém que sejam abençoados conforme o Rito descrito a seguir.

A igreja ou oratório pode receber a bênção em qualquer dia, à exceção do Tríduo Pascal; escolha-se, porém, de preferência uma data em que os fiéis possam estar presentes em maior número, especialmente um domingo, a não ser que razões pastorais peçam outra coisa.

Nos dias indicados na Tabela dos Dias Litúrgicos, nn. 1-4, celebra-se a Missa do dia; nos outros, pode-se escolher entre a Missa do dia ou votiva ao Titular da igreja ou do oratório.

RITOS INICIAIS

Reunido o povo, enquanto se canta a antífona da entrada, o Bispo com os presbíteros concelebrantes, os diáconos e outros ministros, todos paramentados, tendo à frente o cruciferário, saem da sacristia e pelo meio da Igreja dirigem-se para o presbitério. 

Saudação
Ⓗ Chegando a procissão ao presbitério, o Bispo, sem beijar o altar nem incensá-lo, vai diretamente para sua cadeira; os outros ocupam seus devidos lugares. Terminado o canto, o Bispo, sem mitra nem báculo, diz: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, em seguida saúda o povo com estas ou outras palavras, de preferência tomadas da Sagrada Escritura:
Pres.: A graça e a paz na santa Igreja de Deus estejam convosco.
℟.: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

Bênção da água e aspersão
Feita a entrada, o Bispo benze a água para aspergir o povo, em sinal de penitência e em lembrança do batismo, e para purificar o altar. Os acólitos levam a caldeirinha com água ao Bispo, que está de pé junto da cadeira. Este convida todas à oração com estas palavras ou outras semelhantes:
Pres.: Com grande alegria estamos aqui reunidos, meus irmãos e minhas irmãs, para oferecer a Deus esta nova igreja. Peçamos com fervor ao Senhor nosso Deus que faça descer sua bênção sobre esta água, criatura sua. Com ela nos aspergiremos em sinal de penitência e em memória do batismo, e purificaremos as paredes da nova igreja. Mas atendamos antes de tudo a que, reunidos pela fé e pela caridade, somos nós mesmos a Igreja, plantada no mundo, sinal e testemunho do amor com que Deus ama a toda humana criatura.
Todos rezam em silêncio por algum tempo. Em seguida o Bispo prossegue: 
Ó Deus, por vós todas as criaturas chegam à luz da vida; mostrais tanto amor pelo ser humano que, não apenas os sustentais com paterna solicitude, mas ainda apagais seus pecados com o orvalho da caridade, e, incansavelmente, os reconduzis a Cristo, sua Cabeça. Por desígnio de misericórdia decidistes que os pecadores, mergulhados na fonte sagrada e mortos com Cristo, ressurgissem purificados de toda culpa, se tornassem seus membros e co-herdeiros dos bens eternos. Por vossa bênção, + santificai esta água, vossa criatura. Aspergida sobre nós e as paredes deste templo,, seja lembrança de nosso batismo, pelo qual, lavados em Cristo, nos tornamos templo do vosso Espírito. Concedei-nos a nós e a todos os irmãos e irmãs que nesta igreja celebrarem os divinos mistérios, chegar à Jerusalém celeste. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.

Finda a bênção da água, o Bispo, assistido pelos diáconos, asperge o povo e as paredes, percorrendo toda a igreja e, de volta ao presbitério, asperge o altar. Enquanto isso, canta-se uma das seguintes antífonas ou outro canto apropriado:
℟.: Vi água saindo à direito do templo. 
Aleluia, aleluia. 
E todos os quais esta água chegou foram salvos e cantam: 
Aleluia, aleluia.

Ou, durante a Quaresma, a antífona:
Quando eu for santificado entre vós, diz o Senhor, 
haverei de reunir-vos dentre todos os países, 
e haverei de derramar sobre vós uma água pura, 
e de vossas imundícies vós sereis santificados. 
Dar-vos-ei um novo espírito e um novo coração.

Depois da aspersão do altar, o Bispo volta à cadeira e, terminado o canto, reza, de pé, com as mãos juntas:
Pres.: Deus, o Pai das misericórdias, esteja presente nesta casa de oração, e a graça do Espírito Santo purifique o templo de sua morada que somos nós.
℟.: Amém.

Hino de Glória
Em seguida, à celebração da Missa dominical ou de dia de semana do tempo do Advento e da Quaresma, canta-se o hino Glória a Deus nas alturas.

Coleta
Pres.: Oremos.
Excetuando-se os dias incluídos nos nn. 1-4 da Tabela dos Dias Litúrgicos, o Bispo diz esta oração:
Nós vos pedimos, Senhor, fazei descer a vossa bênção sobre esta igreja que nos concedestes edificar. Concedei que todos os fiéis que aqui se congregarem, por amor à vossa palavra e aos santos mistérios, sintam presente Jesus Cristo, que prometeu estar no meio de todos os reunidos em seu nome. Phor nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
℟.: Amém.

LITURGIA DA PALAVRA

As leituras serão tomadas da Missa do dia ou retirada do Lecionário do Pontifical Romano.


Homilia
Depois do Evangelho, o Bispo faz uma homilia, explicando as leituras bíblicas e o sentido do rito.

Profissão de fé
Terminada a homilia, recita-se o Creio e se faz a Oração dos fiéis, como de costume.

Bênção do altar 
O Bispo aproxima-se do altar a ser abençoado. Nesse ínterim, canta-se a seguinte antífona, ou outro canto apropriado:
℟.: Quais rebentos de oliveira são os filhos da Igreja 
em torno à mesa do Senhor (T.P. Aleluia, Aleluia).

Terminado o canto, o Bispo, de pé e sem mitra, dirige-se aos fiéis com estas palavras ou outras semelhantes:
Pres.: Meus irmãos e minhas irmãs, a nossa comunidade se reuniu cheia de alegria para a bênção deste altar. Sigamos este rito com toda a atenção e peçamos a Deus que olhe com bondade para a oblação da Igreja, que será oferecida neste altar, e faça de seu povo uma dádiva eterna.
E todos rezam em silêncio por algum tempo. Depois, o Bispo, com as mãos estendidas e em voz alta, diz:
Vós sois bendito, ó Deus, que benignamente acolhestes o sacrifício de vosso Cristo, oferecido no altar da cruz para a redenção do gênero humano; e, para celebrar sua memória, reunis, com amor de Pai, vosso povo ao redor da mesa do Senhor. Olhai, pois, Senhor, para este altar que preparamos para celebrar os vossos mistérios. Seja ele o centro de nosso louvor e da ação de graças; a ara, onde oferecemos, sacramentalmente, o sacrifício de Cristo; a mesa, onde partiremos o pão e beberemos do cálice da unidade; seja a fonte de onde nos jorre perene a água da salvação; e, aproximando-nos de Cristo, a pedra viva, nele cresçamos qual templo santo, e sobre o altar do coração possamos oferecer uma vida santa como sacrifício agradável, em louvor de vossa glória.
℟.: Bendito sejais para sempre, ó Senhor.

O Bispo coloca incenso em alguns turíbulos e incensa o altar. Depois, recoloca a mitra e volta à sua cadeira, é incensando e senta. Os ministros, percorrendo a igreja, incensam o povo e a nave. 

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Se o altar tiver de ser dedicado, dito o Creio e omitida a Oração dos fiéis, siga-se tudo conforme o rito de Dedicação da Igreja e do Altar. Mas, se o altar não tiver de ser bento ou consagrado (p. ex., por ter sido levado para a nova igreja um altar já bento ou consagrado), depois da Oração dos fiéis, a Missa continua como vai indicado abaixo.
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LITURGIA EUCARÍSTICA

Os acólitos cobrem o altar com a toalha e, se convier, ornamentam-no com flores; colocam os castiçais com velas, exigidas pela celebração da Missa e, se for o caso, a cruz. 

Preparado o altar, alguns fiéis trazem pão, vinho e água para a celebração do sacrifício do Senhor. O Bispo, sentado, recebe os dons. Enquanto estes são apresentados, pode-se cantar uma das seguintes antífonas, ou outro canto apropriado:
℟.: Se tu vens oferecer ao Senhor a tua oferta, 
e, diante do altar, te lembrares que o irmão 
tem algo contra ti, deixa aí a tua oferta; 
vai primeiro a teu irmão, reconcilia-te com ele, 
e depois virás a Deus apresentar a tua oferta. Aleluia, Aleluia. 

Ou a antífona: 
℟.: Moisés consagrou um altar ao Senhor 
e ofereceu a ele holocaustos e vítimas, 
e o sacrifício da tarde de suave perfume 
ao Senhor, na presença dos israelitas.

Tudo preparado, o Bispo dirige-se ao altar e, tendo retirado a mitra, beija-o. A Missa prossegue como de costume; contudo, não se incensam as oferendas nem o altar. Mas, se nesta celebração, não foi necessário benzer ou dedicar o altar, faz-se a incensação de costume.

Inauguração da capela do Santíssimo Sacramento
Se houver inauguração da capela do Santíssimo Sacramento, terminada a comunhão dos fiéis, procede-se como no rito de Dedicação da Igreja e do Altar.

RITOS FINAIS

Bênção solene
O Bispo, com as mãos estendidas sobre o povo, diz: 
Pres.: O Senhor do céu e a terra, que hoje vos reuniu para a bênção desta casa, vos faça transbordar de bênçãos divinas.
℟.: Amém.
Pres.: Aquele que desejou reunir em seu Filho todos os filhos e filhas dispersos, vos dê a graça de vos tornardes seu templo e morada do Espírito Santo.
℟.: Amém.
Pres.: Alegres e purificados, possais ser templo em que Deus habita e possuir um dia com todos os santos a herança da vida eterna.
℟.: Amém.
E abençoa todo o povo, acrescentando:
Pres.: E a todos vós, que participais desta celebração, abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai + e Filho + e Espírito + Santo.
℟.: Amém.