Bênção do Abade

A bênção do Abade deve realizar-se com a participação dos religiosos e, se for o caso, dos fiéis, em domingo ou dia de festa, salvo se em razões pastorais aconselharem outro dia. 

O rito de Benção abacial é celebrado normalmente pelo Bispo do lugar onde se encontra o mosteiro. Por motivo justo, e com a sua permissão, pode ser celebrado por outro Bispo ou por um Abade.

O Abade eleito terá como dois assistentes dois religiosos de seu mosteiro.

Se o Abade eleito receber a benção abacial em sua própria abadia, das mãos de outro Abade, este pode convidá-lo a presidir à Concelebração na Liturgia eucarística. Do contrário, será presidida pelo prelado oficiante, e o Abade eleito ocupará o lugar principal entre os concelebrantes.

O Prelado oficiante e todos os concelebrantes revestem-se dos paramentos requeridos para a concelebração da missa. O Abade eleito usará, além dos paramentos sacerdotais, a cruz peitoral e a dalmática. Seus assistentes, se não concelebrarem, usarão a veste coral ou a sobrepeliz.

A benção do anel, do báculo pastoral e da mitra faz-se como de costume, em dia oportuno, antes da bênção abacial.

Além do necessário para a concelebração da missa e a comunhão sob as duas espécies, preparem-se: a) O Pontifical Romano; b) a Regra; c) O báculo pastoral; d) O anel e a mitra para o Abade eleito, caso sejam entregues.

Na Liturgia da Palavra, o Prelado oficiante senta na cadeira; o Abade eleito fica em lugar conveniente no presbitério, entre os seus assistentes.

A bênção abacial realiza-se habitualmente junto à cadeira dp Celebrante. Se for necessário para facilitar a participação dos fiéis, coloque-se a cadeira para o Bispo ou Prelado oficiante diante do altar ou em lugar mais apropriado. Os lugares para o Abade eleito e seus assistentes sejam preparados de modo que a ação litúrgica possa ser acompanhada com facilidade pelos religiosos e pelos fiéis.


LITURGIA DA PALAVRA

Diz-se a liturgia do dia.

Se o Prelado oficiante fizer a alocução prevista dentro do Rito da Bênção, omite-se a homilia.

Nesta missa não se diz o Creio nem a Oração dos Fiéis.

BÊNÇÃO DO ABADE

Após a leitura do Evangelho, ou o final da homilia, inicia-se a bênção do abade. O Prelado oficiante senta-se, de mitra, no lugar preparado.

O Abade eleito, conduzido por seus assistentes, aproxima-se do Prelado e faz uma reverência.


Um dos religiosos assistentes dirige ao Prelado estas palavras ou outras semelhantes:
Assistente: Reverendíssimo Pai, em nome da comunidade, nós te apresentamos o Abade eleito de nosso mosteiro N., da Ordem N., da Diocese N. E pedimos humildemente que lhes dês a bênção, constituindo-o abade do mesmo mosteiro.

Prelado: Sabeis se foi eleito regularmente?

Assistente: Sabemos e testemunhamos.

Prelado: Graças a Deus!
______________________________________________

Tratando-se de abade que recebeu jurisdição sobre território separado de uma diocese, depois do interrogatório sobre a eleição, o prelado acrescenta:
Prelado: Tens o mandato apostólico?

Assistente: Aqui o temos.

Prelado: Proceda-se à sua leitura.

Faz-se a leitura do documento. Todos ouvem sentados e, ao terminar, dizem
:
℟.: Graças a Deus!

Estando todos sentados, o Prelado faz breve alocução aos religiosos, ao povo e ao Abade eleito.

Terminada a alocução, o Abade eleito levanta e permanece de pé diante do Prelado, que o interroga com estas palavras:
Prelado:
Conforme antiga tradição dos Santos Padres, aquele que foi escolhido para guiar almas, fazendo as vezes de Cristo, deve ser examinado e interrogado sobre vários pontos necessários para o bom cumprimento de sua missão. É, portanto, com a mesma autoridade, caro irmão, que te interrogamos:
Queres observar teu santo propósito e a Regra de S. N. e de todo o coração ensinar teus irmãos a fazerem o mesmo levando-os assim ao amor de Deus, à prática da vida evangélica e do amor fraterno?
Eleito: Quero.

Prelado: Queres, pela tua vida monástica, teus ensinamentos e teus exemplos, instruir teus irmãos mais por atos do que por palavras?
Eleito: Quero.

Prelado:
Queres conduzir a Deus os teus irmãos, não menosprezando a salvação dos que te foram confiados?
Eleito: Quero.

Prelado: Queres velar fielmente sobre os bens do mosteiro a ti confiando e empregá-los com sabedoria em favor dos irmãos, dos pobres e dos peregrinos?
Eleito: Quero.

Prelado: Queres, sempre e em tudo, testemunhar com fidelidade, obediência e respeito para com a Igreja, o Papa e seus sucessores?
Eleito: Quero.
______________________________________________

Tratando-se de abade com jurisdição sobre um território, o Prelado acrescenta:
Prelado: Queres, com teus colaboradores, presbíteros e diáconos, cuidar com amor de pai do povo de Deus, e dirigi-lo no caminho da salvação?
Eleito: Quero.

Prelado: Queres como bom pastor, ir em busca das ovelhas errantes e conduzi-las ao rebanho do Senhor?
Eleito: Quero.

Prelado: Queres rogar continuamente a Deus todo-poderoso por seu povo santo e exercer com fidelidade tua missão de pastor?
Eleito: Quero.

Prelado: Conceda-te o Senhor tu isso e todas as suas bênçãos e te proteja sempre e em todo lugar.
℟.: Amém.

LADAINHA DE TODOS OS SANTOS

Todos levantam. O Prelado, sem mitra e de mãos unidas, diz, voltado para o povo:
Prelado:
Meus irmãos e minhas irmãos, roguemos a Deus, nosso Senhor, que acompanhe com sua graça este seu servo N., escolhido para dirigir os seus irmãos.

O Eleito se prostra.
Canta-se a ladainha, à qual todos respondem.
Nos domingos e no Tempo Pascal, todos permanecem de pé, na posição em que estão.

Nos dias de semana, exceto no Tempo Pascal, todos permanecem de joelhos, na posição em que estão. Neste caso, o Diácono diz:
℣.: Ajoelhemo-nos.
E todos se ajoelham.

Senhor, tende piedade de nós.
℟.: Senhor, tende piedade de nós.

Cristo, tende piedade de nós.
℟.: Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.
℟.: Senhor, tende piedade de nós.

Santa Maria, Mãe de Deus.
℟.: Rogai phor nós.

São Miguel e Santos Anjos de Deus.
℟.: Rogai phor nós.

São João Batista e São José.
℟.: Rogai phor nós.

São Pedro e São Paulo.
℟.: Rogai phor nós.

Santo André e São João Evangelista.
℟.: Rogai phor nós.

Santa Maria Madalena e Santo Estêvão.
℟.: Rogai phor nós.

Santo Inháchio de Anthioqhuia e São Lourenço.
℟.: Rogai phor nós.

Santa Perpétua e Santa Felicidade.
℟.: Rogai phor nós.

São João de Brito e Santa Inês.
℟.: Rogai phor nós.

São Gregório e Santo Agostinho.
℟.: Rogai phor nós.

Santo Atanásio e São Basílio.
℟.: Rogai phor nós.

São Martinho e São Bento.
℟.: Rogai phor nós.

São Francisco e São Domingos.
℟.: Rogai phor nós.

Santo Antão e Columbano.
℟.: Rogai phor nós.

São Beda e São Romualdo.
℟.: Rogai phor nós.

São Bruno e São Bernardo.
℟.: Rogai phor nós.

Santa Escolástica e Santa Clara.
℟.: Rogai phor nós.

Santa Teresa de Jesus e Santa Teresinha.
℟.: Rogai phor nós.

Todos os Santos e Santas de Deus.
℟.: Rogai phor nós.

Sede-nos propício.
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

Para que nos livreis de todo mal, de todo pecado e da morte eterna.
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

Pela vossa encarnação, morte e ressurreição.
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

Pela efusão do Espírito Santo.
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

Apesar de nossos pecados.
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

Para que vos digneis conduzir e proteger a vossa Igreja.
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

Para que vos digneis conservar no vosso santo serviço, o Papa, os Bispos e todo o clero.
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

Para que vos digneis abençoar, santificar e consagrar este Eleito.
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

Para que vos digneis conceder a todos os povos a paz e a verdadeira concórdia.
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

Para que vos digneis associar mais plenamente à obra da redenção os que abraçaram os conselhos evangélicos.
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

Para que vos digneis conservar e aumentar a caridade de Cristo e o espírito dos fundadores em todas as famílias religiosas.
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

Para que vos digneis conservar-nos e confortar-nos em vossa santo serviço.
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

Para que vos digneis abençoar e ajudar este Abade eleito.
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

Jesus, Filho do Deus vivo.
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

Cristo, ouvi-nos.
℟.: Cristo, ouvi-nos.

Cristo, atendei-nos.
℟.: Cristo, atendei-nos.

Se estiverem ajoelhados, o diácono diz:
℣.:
Levantai-vos.
E todos se levantam.

Todos se levantam. O Abade eleito aproxima-se do Prelado e ajoelha-se à sua frente. O Prelado, de braços abertos, diz:
Prelado:
Deus, Pai todo-poderoso, que enviastes ao mundo vosso Filho único para servir a toda a humanidade e, como bom pastor, dar a vida pelas suas ovelhas, dignai-vos abençoar + e fortalecer o vosso servo N., escolhido Abade deste mosteiro. Fazei que seja, pela sua vida, o que seu nome significa, para que sua doutrina, fermento da divina justiça, penetre mais profundamente no coração dos discípulos. Que ele compreenda, Senhor, quão difícil e árdua é a tarefa que assume: dirigir as almas e adaptar-se ao temperamento de muitos. E saiba que lhe convém mais servir do que presidir. Assistido por vós, seja cheio de solicitude, e empenhe-se com todo o zelo em não perder uma só das ovelhas que lhe tem tenham sido confiadas. Disponha e equilibre todas as coisas de mundo que cada discípulo, progredindo no amor de Cristo e na caridade fraterna, corra, de coração dilatado, na estrada de vossos mandamentos. Enriquecei-o, ó Pai, com os dons do vosso Espírito, para que dê generosamente e chame sem cessar os seus irmãos ao louvor de Deus e ao serviço da Igreja. Nada prefira ao Cristo e ensine o mesmo aos discípulos, de modo que no último dia possa entrar no vosso reino com todos os seus irmãos. Por Cristo, nosso Senhor.

Ou:


Ouvi, ó Pai, as preces que vos dirigimos por este vosso servo N., escolhido para governar esta comunidade, e constituído pastor de vossas ovelhas, representando o vosso Filho. Olhai com bondade e cumulai-o de todas as virtudes. Manifestai-lhe os tesouros da sabedoria, de onde possa tirar coisas novas e antigas. Guiai seus passos no caminho da salvação e da paz, e fazei-o seguir as pegadas do vosso Filho, a fim de que receba um dia a recompensa eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Terminada a oração de bênção, o Prelado senta de mitra. O Abade recém-abençoado aproxima-se, e o prelado lhe entrega a regra dizendo:
Prelado: Recebe esta regra transmitida pelos santos Pais, para dirigires e guardares os irmãos que Deus te confiou, à medida que ele te sustentar e a fraqueza humana permitir.

O Prelado pode pôr o anel no dedo anular da mão direita do novo Abade, dizendo:
Prelado:
Recebe este anel, símbolo de fidelidade; guarda com virtude constante esta família monástica no amor fraterno.

O Prelado pode também impor-lhe a mitra, sem nada dizer.

Por fim, entrega-lhe o báculo pastoral, dizendo:
Prelado:
Recebe o báculo de pastor; guia com solicitude os irmãos que te foram confiados e dos quais prestarás contas a Deus.

Todos levantam. Se o rito da bênção foi celebrada por bispo ou fora da Abadia do novo Abade, este senta no primeiro lugar entre os concelebrantes. Mas, se foi celebrado em sua própria Igreja e por outro abade, senta na cadeira da presidência, e o Oficiante fica à sua direita.
Se o novo Abade tiver jurisdição sobre um território e recebe a bênção em sua Igreja, o Prelado convida-o a sentar à sua direita.

O novo Abade, tendo deposto o báculo, recebe o abraço da paz do Prelado oficiante e dos outros abades e, se as circunstâncias permitirem, também dos religiosos e sacerdotes presentes.

LITURGIA EUCARÍSTICA

Realiza-se tudo conforme o rito de concelebração da missa.

RITOS FINAIS 

No fim da missa, a bênção é dada pelo Celebrante principal. Se este for o novo Abade, usará o rito pontifical.

Dada a bênção e, se oportuno, ao canto do Hino Te Deum, ou de outro canto apropriado, todos, processionalmente pela Igreja, voltam à sacristia e retiram-se em paz.

______________________________________________

Tratando-se de Abade COM JURISDIÇÃO SOBRE ALGUM TERRITÓRIO, terminada a Oração pós-comunhão, conta-se o Hino Te Deum, ou outro canto semelhante, conforme o costume local. Enquanto isso, o nosso Abade, conduzido pelos assistentes, passa pela igreja e abençoa a todos.
Terminado o hino, de pé, junto ao altar ou à cadeira, de mitra e báculo, pode fazer breve alocução ao povo. E prossegue-se como de costume.