Bênção de um Altar móvel

O altar fixo deve ser dedicado pelo rito de Dedicação de um Altar. Mas também o altar móvel é digno de reverência por ser mesa única e estavelmente destinada à Ceia eucarística. Convém, pois, antes de ser posto em uso, que receba, se não a dedicação, pelo menos a bênção aqui apresentada. 

Pode-se fazer um altar móvel de qualquer material sólido, que se ajuste ao uso litúrgico, e acordo com as tradições e costumes das diversas regiões. 

Não se é permitido depositar relíquias de Santos na base do altar.

Esta bênção poderá ser dada em qualquer dia, à exceção da Sexta-feira Santa e do Sábado Santo; escolha-se, porém, de preferência um dia em que possa ser maior a afluência dos fiéis, principalmente um domingo, a não ser que razões pastorais aconselhem outra coisa. 

No rito da bênção de altar móvel, reza-se a missa do dia. Até o início da Liturgia eucarística, o altar fica inteiramente descoberto. Por esse motivo, a cruz, se necessária, a toalha, velas e tudo o mais que for preciso, estejam em lugar conveniente do presbitério. 

RITO DA BÊNÇÃO

Na Missa, tudo se processa como de costume,. Mas, terminada a Oração dos fiéis, o Bispo aproxima-se do altar. Enquanto isso, canta-se a seguinte antífona ou outro canto apropriado:
℟.: Quais rebentos de oliveira são os filhos da Igreja 
em torno à mesa do Senhor (T.P. Aleluia, Aleluia).

O Bispo, de pé e sem mitra, dirige-se aos fiéis com estas palavras ou outras semelhantes:
Pres.: Com grande alegria estamos aqui reunidos, meus irmãos e minhas irmãs, com o intuito de celebrar a bênção desta altar. Participemos destes ritos sagrados com todo o fervor, e peçamos a Deus que olhe com bondade para a oblação da Igreja, que será oferecida nesta mesa, e faça de seu povo uma dádiva eterna.
E todos rezam em silêncio por algum tempo. Depois, o Bispo, com as mãos estendidas e em alta voz, diz:
Vós sois bendito, Senhor Deus do universo, que recebestes o sacrifício do vosso Cristo, oferecido da cruz, para a redenção do gênero humano; e, para celebrar sua memória, reunis, com amor de Pai, vosso povo ao redor da mesa do Senhor. Olhai, pois, ó Pai santo, para este altar que preparamos para celebrar os vossos mistérios. Seja ele o centro de nosso louvor e da ação de graças; a ara, onde possamos oferecer sacramentalmente o sacrifício de Cristo; a mesa, onde possamos partir o pão e beber do cálice da unidade; seja a fonte de onde nos jorre a água da salvação eterna, para que, aproximando-nos de Cristo, a pedra vida, nele cresçamos, sobre o altar dos nossos corações, o sacrifício de uma vida santa, sacrifício agradável em louvor de vossa glória.
℟.: Bendito seja Deus para sempre.

O Bispo asperge o altar com água benta e o incensa. Depois, volta à cadeira, recebe a mitra, é incensado e senta. O ministro incensa o povo.

Os acólitos cobrem o altar com a toalha e, se for oportuno, ornam-no com flores; colocando os castiçais com velas necessárias para a celebração da missa e, se for preciso, a cruz.

Preparando o altar, alguns fiéis levam o pão, vinho e água para a celebração do sacrifício do Senhor. O Bispo, sentado, recebe os dons. Enquanto estes são apresentados, pode-se cantar a seguinte antífona, ou outro canto apropriado: 
℟.: Se tu vens oferecer ao Senhor a tua oferta, 
e, diante do altar, te lembrares que o irmão 
tem algo contra ti, deixa aí a tua oferta; 
vai primeiro a teu irmão, reconcilia-te com ele, 
e depois virás a Deus apresentar a tua oferta. Aleluia, Aleluia. 

Tudo preparado, o Bispo dirige-se ao altar e, tendo retirado a mitra, beija o altar. A Missa prossegue como de costume; contudo, não se incensam nem as oferendas nem o altar.