Lançamento da pedra fundamental
No início da construção de uma nova igreja, convém celebrar um rito para implorar a bênção de Deus sobre a obra e lembrar aos fiéis que a casa a ser construída de pedras será sinal visível da Igreja viva ou Edifício de Deus formada por eles próprios.
Conforme o uso litúrgico, este rito consta da bênção da área da nova igreja e da bênção e colocação da pedra fundamental.
Por conseguinte, mesmo onde, por arte peculiar e modo de construir, não se empregar a pedra fundamental, faz-se mister celebrar a bênção do terreno da nova igreja no início da obra a ser dedicada a Deus.
O rito da colocação da pedra fundamental ou do início da construção da nova igreja pode realizar-se em qualquer dia e hora, à exceção do Tríduo Pascal; contudo, escolha-se de preferência um dia em que os fiéis possam reunir-se em maior número.
Convém que o rito seja presidido pelo Bispo da diocese; porém, se não o puder fazer pessoalmente, delegue a função a outro Bispo ou sacerdote, principalmente a um seu direto auxiliar na cura pastoral da diocese ou da comunidade para a qual se edifica a nova igreja.
No lugar onde se erguerá o altar, levanta-se uma cruz de madeira de conveniente altura.
RITO DA BÊNÇÃO
A reunião do povo e sua ida ao local onde se desenrolará o rito, tendo em vista as condições de tempo e de lugar, se processarão de um dos modos abaixo indicados:
A. Primeiro modo: Procissão
À hora marcada, congreguem-se os fiéis em lugar apropriado, donde irão processionalmente até o local designado.
Saudação
Ⓗ O Bispo, paramentado, com mitra e báculo, junto com os ministros, aproxima-se do povo reunido e, tendo retirado a mitra e sem báculo, diz: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, em seguida com estas palavras ou outras semelhantes, de preferência tomadas da Sagrada Escritura, saúda o povo:
Pres.: A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.
℟.: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.
Em seguida, o Bispo dirige breves palavras aos fiéis para os dispor à celebração e realçar o sentido do rito.
Oração
Terminada a exortação introdutória, o Bispo diz:
Pres.: Oremos.
E todos rezam em silêncio por algum tempo. Depois o Bispo prossegue:
Pres.: Ó Deus, vós estabelecestes a Igreja santa edificada sobre o fundamento dos Apóstolos, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus. Concedei ao povo reunido em vosso nome que vos adore, vos ame, vos siga, e se transforme em templo da vossa glória, até que, tendo-vos à frente, chegue à cidade celeste. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
Dita a oração, o Bispo recebe a mitra e o báculo; o diácono, se for o caso, diz:
℣.: Caminhemos na paz do Senhor.
A procissão organiza-se como de costume: à frente o crucífero entre dois acólitos com tochas acesas; depois, o clero, seguido pelo Bispo os diáconos assistentes e outros ministros; por fim, os fiéis. Durante a procissão canta-se a seguinte antífona com o salmo 83(84) ou outro canto apropriado:
℟.: Minha alma desfalece de saudades
e anseia pelos átrios do Senhor (T.P. Aleluia).
Quão amável, ó Senhor, é vossa casa,
quanto a amo, Senhor Deus do universo!
Minha alma desfalece de saudades
e anseia pelos átrios do Senhor!
Meu coração e minha carne rejubilam
e exultam de alegria no Deus vivo!
Mesmo o pardal encontra abrigo em vossa casa,
e a andorinha ali prepara o seu ninho,
para nele seus filhotes colocar:
vossos altares, ó Senhor Deus do universo!
vossos altares, ó meu Rei e meu Senhor!
Felizes os que habitam vossa casa;
para sempre haverão de vos louvar!
Felizes os que em vós têm sua força,
e se decidem a partir quais peregrinos!
Quando passam pelo vale da aridez,
o transformam numa fonte borbulhante,
pois a chuva o vestirá com suas bênçãos.
Caminharão com um ardor sempre crescente
e hão de ver o Deus dos deuses em Sião.
Deus do universo, escutai minha oração!
Inclinai, Deus de Jacó, o vosso ouvido!
Olhai, ó Deus, que sois a nossa proteção,
vede a face do eleito, vosso Ungido!
Na verdade, um só dia em vosso templo
vale mais do que milhares fora dele!
Prefiro estar no limiar de vossa casa,
a hospedar-me na mansão dos pecadores!
O Senhor Deus é como um sol, é um escudo,
e largamente distribui a graça e a glória.
Senhor nunca recusa bem algum
àqueles que caminham na justiça.
Ó Senhor, Deus poderoso do universo,
feliz quem põe em vós sua esperança!
Em seguida, proclama-se a palavra de Deus, como se indica abaixo.
B. Segundo modo: Reunião no local onde se construirá a nova igreja
Se não se puder realizar a procissão ou não parecer oportuna, congreguem-se os fiéis na área da futura igreja. Reunido o povo, canta-se a seguinte aclamação ou outro canto apropriado:
℟.: Paz eterna do Eterno sobre esta assembleia!
Paz perene de Deus Filho sobre o povo do Senhor!
Paz conceda aos povos todos o Espírito Paráclito!
Saudação
Ⓗ Enquanto isto, o Bispo, paramentado, com mitra e báculo, aproxima-se do povo e, tendo retirado a mitra e sem báculo, diz: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; em seguida, com estas palavras ou outras semelhantes, de preferência tomadas da Sagrada Escritura, saúda o povo:
Pres.: A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.
℟.: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.
Em seguida, o Bispo dirige breves palavras aos fiéis para dispô-los à celebração e realçar o sentido do rito.
Oração
Terminada a exortação introdutória, o Bispo diz:
Pres.: Oremos.
E todos rezam em silêncio por algum tempo. Depois o Bispo prossegue:
Pres.: Ó Deus, vós estabelecestes a Igreja santa edificada sobre o fundamento dos Apóstolos, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus. Concedei ao povo reunido em vosso nome que vos adore, vos ame, vos siga, e se transforme em templo da vossa glória, até que, tendo-vos à frente, chegue à cidade celeste. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
LITURGIA DA PALAVRA
Leem-se um ou mais textos da Sagrada Escritura, escolhidos principalmente dentre os contidos no lecionário do Pontifical Romano, para o Ritual da Dedicação da Igreja, intercalando-se um salmo responsorial ou outro canto. Contudo, convém fazer, mormente se houver o rito da colocação da primeira pedra, uma das seguintes leituras.
Terminada as leituras, haja uma homilia, que explique de modo consciente as leituras bíblicas e manifeste o sentido do rito: Cristo é a pedra angular da Igreja; a casa a ser edificada pela Igreja viva dos fiéis será ao mesmo tempo casa de Deus e casa do Povo de Deus.
Depois da homilia, segundo o costume do lugar, poder-se-á ler a ata da bênção da primeira pedra e do início da construção da igreja, se ser assinada pelo Bispo e pelo delegado daqueles que se encarregam de sua edificação; será posta nos alicerces junto com a primeira pedra.
BÊNÇÃO DA ÁREA DA NOVA IGREJA
Terminada a homilia, o Bispo retira a mitra, levanta-se e abençoa o terreno da nova igreja, dizendo:
Pres.: Oremos.
Deus, que envolveis o universo com vossa santidade, de tal forma que vosso nome é glorificado em todo lugar, abençoai estes vossos filhos e filhas que, por donativo ou trabalho prestado, prepararam esta área para que aqui se levante uma igreja; e fazei que, com a mesma unidade dos corações e alegria dos espíritos, presentes a esta construção que hoje começamos, venham eles em breve celebrar neste templo os mistérios divinos e para sempre vos louvar nos céus. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
Em seguida, o Bispo coloca a mitra e asperge com água benta o terreno da nova igreja; pode fazê-lo de pé no meio da área ou processionalmente, caminhando, com os acólitos, ao redor dos fundamentos. Neste último caso, canta-se a antífona com o salmo 47, ou outro canto apropriado.
℟.: Jerusalém, tuas muralhas são de pedras preciosas,
e de jóias, tuas torres (T.P. Aleluia, aleluia).
Grande é o Senhor e muito digno de louvores
na cidade onde ele mora;
seu monte santo, esta colina encantadora
é a alegria do universo.
Monte Sião, no extremo norte situado,
és a mansão do grande Rei!
Deus revelou-se em suas fortes cidadelas
um refúgio poderoso.
Como ouvimos dos antigos, contemplamos:
Deus habita esta cidade,
a cidade do Senhor onipotente,
que ele a guarde eternamente!
Recordamos, Senhor Deus, vossa bondade
em meio ao vosso templo;
com vosso nome vai também vosso louvor
aos confins de toda a terra.
Vinde a Sião, fazei a volta ao seu redor
e contai as suas torres;
observai com atenção suas muralhas,
visitai os seus palácios,
para contar às gerações que hão de vir,
como é grande o nosso Deus!
O nosso Deus é desde sempre e para sempre:
Será ele o nosso guia!
BÊNÇÃO E COLOCAÇÃO DA PRIMEIRA PEDRA
Terminada a bênção do terreno, se houver a primeira pedra, seja esta benta e colocada, conforme a indicação abaixo, do contrário, passa-se logo à conclusão do rito.
O Bispo vai ao lugar onde se colocará a pedra e, sem mitra, abençoa-a dizendo:
Pres.: Oremos.
Senhor Pai santo, o vosso Filho, nascido da Virgem Maria, foi anunciado pelo Profeta qual pedra talhada do monte, sem mão de homem, e o apóstolo o designou imutável fundamento; abençoai + esta primeira pedra aqui posta em seu nome. Concedei que o vosso Filho, a quem estabelecestes princípio e fim de todas as coisas, seja o início, o incremento e o termo desta obra. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
Então, se for oportuno, o Bispo asperge a pedra com água benta e a incensa. Em seguida, recoloca a mitra.
Feito isso, o Bispo põe a pedra como fundamento, em silêncio, ou, se for oportuno, dizendo estas palavras ou outras semelhantes:
Pres.: Na fé em Jesus Cristo, colocamos a primeira pedra como fundamento desta construção. Na igreja que daqui surgirá encontrem-se a virtude e a graça dos sacramentos celestes, e seja invocado e adorado o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o império pelos séculos eternos.
℟.: Amém.
Em seguida, o pedreiro cimenta a pedra. Neste ínterim pode-se cantar a seguinte antífona ou outro canto apropriado:
℟.: Eis a casa do Senhor
construída sobre a rocha (T.P. Aleluia, aleluia).
CONCLUSÃO DO RITO
Terminado o canto, o Bispo depõe a mitra. Inicia-se, então, a oração dos fiéis com estas palavras ou outras semelhantes:
Pres.: Supliquemos, irmãos e irmãs, a Deus Pai onipotente. Ele faça com que aqueles que aqui reuniu para a construção de uma nova igreja para si, se ornem um templo vivo de sua glória, edificados sobre Cristo, seu Filho, a pedra angular; e digamos:
℟.: Abençoai, Senhor, e guardai a vossa Igreja.
1. Que, destruída toda divisão do pecado, o Pai reúna os filhos dispersos, peçamos ao Senhor.
2. Que todos aqueles que assumem o pesado encargo desta obra por donativos e trabalhos, sejam sempre fundados sobre a pedra firma, a Igreja, peçamos ao Senhor.
3. Que nossos irmãos, proibidos por circunstâncias adversas de construir igrejas dedicadas ao nome de Deus, se empenhem em edificar a si mesmos como templo vivo, para testemunharem sua fé e adoração, peçamos ao Senhor.
4. Que todos nós aqui presentes, purificados pelo contato com Deus, sejamos capazes de nos iniciar nos divinos mistérios a serem celebrado neste lugar, peçamos ao Senhor.
Em seguida, o Bispo introduz a oração dominical por estas palavras ou outras semelhantes:
Pres.: Unamos a voz da Igreja orante à voz de Cristo, rezando ao Pai do céu com as palavras que o Filho nos ensinou. Digamos, juntos:
℟.: Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
O Bispo prossegue:
Pres.: Nós vos glorificamos, Senhor, Pai santíssimo, porque com bondade concedeis a vossos fiéis já constituídos pela água do batismo um templo a vós dedicado, que levantem edifícios sagrados; olhai com bondade para estes vossos filhos e filhas que exultantes se reuniram para iniciar a construção de nova igreja, até que, purificados pela graça, vossa mão os coloque na cidade celeste. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
O Bispo, com mitra e báculo, abençoa o povo como de costume; o Diácono despede o povo, dizendo:
℣.: Ide em paz, e o Senhor vos acompanhe.
℟.: Graças a Deus.