Tomada de posse do novo Bispo

A não ser que se encontre legitimamente impedido, o promovido ao múnus de Bispo diocesano deve tomar posse canônica da sua diocese, Ⓗ dentro de dez dias a contar da recepção das Letras Apostólicas, se ainda não tiver sido ordenado Bispo; se já tiver sido ordenado, dentro de sete dias a contar da sua recepção.

Se o Bispo for ordenado na sua própria igreja catedral, toma posse da diocese com o rito da ordenação, no qual são apresentadas e lidas as Letras Apostólicas e o ordenado se senta na sua cátedra. 

Se o Bispo tiver sido transferido doutra Igreja, ou não receber a ordenação na sua igreja catedral, toma posse da diocese, dentro do prazo estabelecido pelo direito, com o rito da recepção, como adiante se descreve.  Nestes casos, o Bispo pode, por justa causa, tomar posse da sua diocese por meio de procurador. É contudo, preferível que o Bispo tome posse pessoalmente.

RECEPÇÃO DO BISPO NA SUA IGREJA CATEDRAL

Se o Bispo tiver sido transferido doutra Igreja ou não tiver recebido a ordenação episcopal na sua igreja catedral, convocada a comunidade diocesana, far-se-á a recepção com a celebração da Missa estacional, quando pela primeira vez entra na sua Igreja.

RECEPÇÃO NA PORTA DA IGREJA

O Bispo é recebido à porta da igreja catedral pela primeira dignidade do cabido, ou, não havendo cabido, pelo reitor da mesma igreja, revestido de pluvial. Este apresenta-lhe o Crucifixo a beijar, e a seguir o aspersório da água benta, com o qual o Bispo se asperge a si mesmo e aos presentes.

Depois, convém seja conduzido à capela do Santíssimo Sacramento, que adora, de joelhos, por alguns momentos. 

MISSA

Em seguida, dirige-se para a sacristia, onde o mesmo Bispo, presbíteros concelebrantes, diáconos e restantes ministros se paramentam para a Missa, que será celebrada segundo o rito estacional.

LEITURA DA BULA DE NOMEAÇÃO

Feita a reverência ao altar, o Bispo dirige-se para a cátedra. Terminado o canto de entrada, saúda o povo, senta-se e recebe a mitra. Um dos diáconos ou um dos presbíteros concelebrantes apresenta as Letras Apostólicas ao Colégio dos Consultores na presença do Chanceler da Cúria.

A seguir, do ambão, lê ao povo as referidas Letras Apostólicas, que todos escutam sentados. 

No fim, todos aclamam: Graças a Deus, ou outra aclamação apropriada. 

Nas dioceses recém-criadas, a comunicação das respectivas Letras Apostólicas é feita ao clero e ao povo presente na igreja catedral, e o presbítero mais velho de entre os presentes exara ata devida.

IMPOSIÇÃO DO PÁLIO PASTORAL

Depois, se o Bispo tiver direito ao pálio, este lhe é imposto segundo o rito descrito Ⓗ caso o Santo Padre tenha abençoado o pálio e dado delegação para tal.

SAUDAÇÃO AO BISPO

Feito isto, se for costume, a primeira dignidade do cabido, ou não havendo cabido, o reitor da igreja
dirige uma saudação ao Bispo.

Em seguida, de acordo com os costumes locais, o cabido e pelo menos parte do clero, e alguns fiéis e, se for oportuno, a autoridade civil porventura presente, aproximam-se do seu Bispo, para lhe manifestarem obediência e respeito.

Depois, omitidos o ato penitencial e, conforme os casos, o Senhor, tende piedade de nós, o Bispo depõe a mitra, levanta-se, e canta-se: Glória a Deus nas alturas, segundo as rubricas.

Na homilia, após o Evangelho, o Bispo dirige pela primeira vez a palavra ao seu povo.

E a Missa prossegue como de costume.

LEITURA DA ATA DA POSSE

Após a Oração depois da comunhão, o Chanceler do bispado, ou um outro presbítero designado, lê a Ata da Posse.
Aos D. dias do mês de M. do Ano A. às H., na catedral C., Sé Arquidiocesana, na presença dos senhores arcebispos e bispos presentes, na presença ainda dos sacerdotes, religiosos e dos fiéis, tomou posse como arcebispo metropolitano de L. o Exmo. e Revmo. Sr. B.. No início da cerimônia, após a Leitura das Letras Apostólicas de nomeação, emanadas do Vaticano, Dom B., tomou posse de sua Igreja Particular e presidiu à Solene Concelebração Eucarística. Para constar foi lavrada a presente ata, que vai por mim assinada, N, testemunha de tal posse, bem como por B,  e ainda por todos os demais senhores arcebispos e bispos presentes, pelos membros do Colégio de Consultores e por representantes dos fiéis leigos.
Lde M do ano A

D= Dia (por extenso)                         C= Sto Titular da Catedral
M= Mês (por extenso)                       L= Nome da Diocese     
A= Ano (por extenso)                        N= Nome do leitor da Ata
H= Horário (por extenso)                 B= Bispo empossado

OUTROS ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

Se o próprio Metropolita introduzir o Bispo em sua igreja catedral, à porta da igreja, ele apresenta o Bispo à primeira dignidade do cabido e preside à procissão de entrada. Saúda o povo na cátedra e manda que sejam apresentadas e lida as Letras Apostólicas. Terminada sua leitura e após a aclamação do povo, o Metropolita convida o Bispo a sentar-se na cátedra. Depois o Bispo se levanta e canta-se: Glória a Deus nas alturas, segundo as rubricas.

Se, por justa causa, o Bispo tiver tomado posse da diocese por procurador, o rito da recepção faz-se como ficou descrito acima, mas omite-se a apresentação e a leitura das Letras Apostólicas.

A partir do dia da tomada de posse, o nome do Bispo deve ser proferido na Oração eucarística por todos os presbíteros que celebrem Missa dentro da diocese, inclusive nas igrejas e oratórios isentos.

O Bispo auxiliar ou coadjutor, que tenha sido ordenado fora da igreja catedral da sua diocese, convém que seja apresentado ao povo pelo próprio Bispo residencial, dentro de uma ação litúrgica.